Pietro Schimith
Rodrigo
Alves Machado começou a atuar quando tinha apenas nove anos
e desde então dedicou-se à arte da interpretação.
Em sua carreira participou em vários grupos de teatro, atuou
e dirigiu vários espetáculos e produziu sete festivais
com o grupo Estudarte. Em 2004 conseguiu ter o seu próprio
curso de Interpretação e Produção em
parceria com o Colégio Volta Redonda, colhendo assim os frutos
do prêmio de melhor ator do ano 2000 que conquistou em um
concurso no Rio de Janeiro, cidade onde viveu e também participou
em algumas produções televisivas.
Depois de todas estas conquistas, Rodrigo resolveu se afastar dos
palcos. O Tablóide fluminense procurou o ator para descobrir
os motivos desta mudança. Em uma conversa descontraída
com Pietro Schimith, Rodrigo Hallvys revela os detalhes e nos conta
o seu atual paradeiro.
TF:
Como é ser artista em Volta Redonda?
Rodrigo Hallvys: Meu envolvimento com teatro começou
quando eu ainda era criança. Hoje minha forma de pensar teatro
é completamente distinta de quando comecei e Volta Redonda
é uma cidade nova, tem menos de 60 anos. Foi fundada com
objetivos tecnicistas e não se consegue mudar isso em duas
ou três gerações e apagar vestígios.
Mas se analisarmos, nos últimos dez anos os artistas estão
podendo mostrar melhor seu trabalho. Tem muita mão de obra
boa. Os espaços vão sendo preenchidos e desenvolvidos
por esses artistas.
TF:
Há quanto tempo você deixou o circuito de teatro
no Sul Fluminense?
Rodrigo Hallvys: Eu deixei há oito meses e voltei a morar
no Rio de Janeiro.
TF:
E qual foi o motivo da mudança?
Rodrigo Hallvys: Eu parei porque queria ter uma vida comum por
um tempo, sentia muita falta do Rio e meu objetivo era apenas em
voltar pra cá e ter uma vida tranquila, trabalhar só
durante a semana em horário comum.
TF:
Qual é a sua cidade de origem?
Rodrigo Hallvys: Nasci em Volta Redonda, mas como já
havia morado no Rio de Janeiro, muita gente acha que sou carioca.
Porém sou voltarredondense e nunca neguei isso.
TF:
Você trabalhava muito quando fazia teatro
em Volta Redonda?
Rodrigo Hallvys: Eu trabalhava demasiadamente. Cheguei a ficar
doente no fim de 2009. Entrei em estafa. A minha sorte é
que tenho ótima alimentação e meu corpo só
não estava mais reagindo por cansaço mesmo. E, como
ainda tinha o último ano da faculdade, decidi ficar só
mais 2010 com o teatro. Quando acabei a Licenciatura em Teatro,
no UGB de Barra do Piraí, fechei meu curso e voltei para
o Rio.
TF:
Você acha que falta apoio cultural em Volta Redonda?
Já passou por isso?
Rodrigo Hallvys: 'Falta de apoio' pode ser uma expressão
simplista. Aprendi isso com o tempo. Não tinha falta de apoio,
eu tinha até bastante patrocínio.
TF: E você via o resultado financeiro de tanto trabalho?
O dinheiro compensava?
Rodrigo Hallvys: Posso dizer que não devo ninguém
e isso já compensa. Mas se a gente olhar a quantia de exaustão
pela renda fica uma dúvida sim.
Posso dizer que não me arrependo, aprendi muito, revisei
muita coisa do meu trabalho. A faculdade me fez muito bem. Foi um
ótimo investimento.
TF:
Você ficou muito conhecido graças aos
meios de comunicação regionais, que sempre divulgaram
seu trabalho. Como era sua relação com esses meios?
Rodrigo Hallvys: Dos meios de comunicação só
tenho a agradecer. Os jornalistas sempre procuraram entender minhas
propostas e meus objetivos de trabalho, acompanharam de uma forma
completamente bacana.
TF:
Você pensa em voltar a atuar?
Rodrigo Hallvys: Estou curtindo essa fase que estou vivendo.
Voltar pra casa no fim do expediente e não ter que levar
texto, figurino ou ficar até tarde da noite e fim de semana
martelando a cabeça com detalhes de marcação,
luz, sonoplastia, entonações e afins. As pessoas falavam
comigo que se divertiam, que tinham tempo para um monte de coisas.
Muitas vezes eu não tinha tempo nem para a minha família.
Então, resolvi experimentar essa vida comum.
Não sei se um dia eu sentirei falta, não sei o dia
de amanhã. Mas estou curtindo o momento.
TF
:O que tem de bom no atual circuito de teatro da região?
Rodrigo Hallvys: Tem peças que estão com ótimo
público no Sesc, produzidas pela galera do Marcelo Soares.
Algumas têm o Binho Soares no elenco e ele é fera.
A galera do Sala Preta também vem sempre com propostas novas,
tem vários artistas e várias roupagens a ser apreciadas
aí.
TF:
O que você tem a dizer para as pessoas que sempre acompanharam
a sua carreira?
Rodrigo Hallvys: Agradeço a cada um. Todos que me acompanharam
sabem o quanto eu estava exausto e que precisava me esquivar. Dar
uma pausa. Tenho carinho, amizade e admiração por
tanta gente da região que não vou conseguir fazer
uma lista.